segunda-feira, 29 de abril de 2013

O lado bom da vida...

... Ele sabia mostrar.

Buscou-a pontualmente às 23h. Iria levá-la para conhecer um dos bares mais comentados da cidade e a casa de uns amigos. Levara tempo para convencê-la a ir, a garota parecia ser incapaz de confiar em alguém.
Algumas doses depois e ela já se mostrava bem menos inibida; talvez sua vontade de voltar para casa a tivesse deixado, finalmente. Serviu-lhe outra quantia generosa de cerveja e pediu a conta. Era hora de irem a um lugar mais animado.
Tão logo chegaram à casa de seus amigos, tratou de deixá-la à vontade; sabia o quanto a garota detestava ficar cercada de desconhecidos e tinha dificuldade para se enturmar. Talvez estivesse tendo tanto trabalho com ela apenas visando o prêmio final... Ou haveria algo mais?
De todo modo, aproveitou a primeira oportunidade para levá-la a "um lugar mais reservado". Entraram naquele quarto de luzes apagadas: ela, querendo conversa; ele, querendo sexo.
No fim das contas, percebeu que o coração daquela pequena estava uma bagunça e que dificilmente conseguiria atingir seu objetivo da noite. Mesmo assim, continuou ao seu lado e garantiu que ela tivesse a melhor noite dos últimos tempos. Deixou que dançasse, cantasse e, principalmente, bebesse. A garota curtia como se nunca houvesse experimentado a alegria de sair sem hora para voltar e aquilo o divertia. Olhando assim, meio torto, achou que ela se parecia com uma dessas crianças de festas de aniversário, que vão sem conhecer o aniversariante e passam a noite atrás dos doces. Sequer via a hora passar.
Talvez tenha sido toda a liberdade que deu a ela - a pressão, na maioria desses casos, acaba por estragar tudo -, as doses que a fez provar, a forma como a ouviu, não sabia... Mas observá-la deitada em sua cama ao fim daquela noite foi uma sensação boa. Realmente boa.

domingo, 28 de abril de 2013

Taking chances

Ela poderia ter escolhido não ir.
Aquela velha história de que o Cavalinho Selado da Oportunidade só passa à nossa frente uma vez e que, se não o montarmos, perderemos grandes alegrias da vida é bem verdade, e ela sabia disso.
Foi por esse motivo que naquela tarde, quando o que mais queria era ir para casa "comer e dormir", aceitou o convite dos amigos para "aquela cervejinha depois do trabalho...". Sabia que ele estaria lá.
As horas passavam e, apesar de ter conseguido dar o primeiro passo e ir ao encontro dele, as palavras pareciam ficar presas em seus lábios quando tentava puxar papo. Olhava para o relógio e percebia que teria de ir embora a qualquer momento, sem ter feito aquela ida valer a pena.
Começou, então, a arrumar desculpas para ficarem próximos, na esperança de que em algum desses momentos um dos dois dissesse algo que pudesse dar abertura para que ela manifestasse suas intenções, mas o tempo se esvaía e levava com ele as últimas esperanças de que algo acontecesse.
Esse teria sido o fim daquela noite para a garota que estava prestes a ir embora, não fosse a velha mania do destino de pregar peças nos corações confusos. Mania, essa, que fez com que aquele garoto a segurasse pela mão e puxasse para dançar. Havia música sendo tocada? Ela não dava a minima.
Podia sentir a própria mão tremer ao saber-se segurando a dele e arrepiava ao pensar na outra, que estava sem suas costas e a puxava mais para perto. Dançaram uma coreografia sem sentido, cheia de giros conduzidos por ele. Sentia-se envergonhada e ridícula, mas incrivelmente feliz; deixou-se levar.
Ao fim daquela canção harmoniosa e, sobretudo, imaginária, uma névoa de magia pareceu tomar conta do ambiente e foi como se ambos fossem transportados para um daqueles filmes românticos onde o casal principal sempre termina junto no final. 
Os narizes se tocaram, os olhos de um fixos nos do outro. O coração acelerado. 
E o beijo.
Valera a pena. A fome, o sono, tudo havia passado. Valera a pena. 

sábado, 27 de abril de 2013

Isso (também) é Brasil!

Por ter sido eu, durante anos, uma das tolas pessoas que enchem a boca para falar mal do que não sabe, sinto-me hoje na obrigação de fazer o que for possível para corrigir o meu erro.
Até alguns anos atrás, cerca de cinco ou seis, eu era dessas que dizem não haver praticamente nada de bom na música nacional - com exceção de umas quatro ou cinco bandas de rock que porventura me agradassem - sem nunca ter me esforçado para conhecer o trabalho dos artistas do país.
A coisa toda começou a mudar quando um trecho musical no subnick do messenger de uma amiga me agradou e fez com que eu procurasse a origem do mesmo. Entrou em minha vida, então, o delicioso som dO Teatro Mágico, que trouxe com ele não apenas muita poesia, mas também esperança e interesse na MPB. 
Da música popular, parti também para as chamadas 'bandas independentes' e vi que os artistas que poucas pessoas - em relação à quantidade de gente que ouve música - conheciam eram os que mais me agradavam. Não somente pelo fato de não serem tão influenciados pelas chamadas 'modinhas', como costuma acontecer com alguns depois do sucesso para se manterem nele, mas pelo simples fatos de eles terem MUITO TALENTO.
Mantive-me, então, no ritmo de "acumuladora de bandas/grupos de pouca repercussão na Mídia" até ter o que considerava ser um bom estoque de esperança, inspiração e sentimentos bons - pois raríssimas coisas na vida me proporcionam uma sensação tão gostosa quanto ouvir uma música realmente boa, como costumam ser as desses artistas - e parei, absorvendo repetidamente tudo o que havia guardado na minha dispensa.
Entretanto, recentemente conheci alguém que também parece ter passado longos anos juntando talentos pouco conhecidos e que fez a lindeza de compartilhar seus achados comigo, em troca de alguns meus. 
Acho que havia me esquecido de como era boa a sensação de ir se encantando por algo novo, ouvir repetidamente a mesma faixa até aprender a cantá-la, descobrir letras que combinam com momentos... Aaaah, não dá pra negar, estou caindo de amores pela banda Sabonetes *---* rs.

Fica aí a recomendação então :)

Disco arranhado

De todas as coisas do mundo, uma das que mais me causa náuseas é aquela atitude imatura que algumas pessoas têm quando ficam com ódio de outras. Sabe a velha história de se fazerem de vítimas, de repetirem um zilhão de vezes frases que foram ditas - o chamado 'jogar na cara' -, de não terem mais argumentos e/ou motivos para continuarem bravos e, mesmo assim, continuarem a alimentar o rancor? Então.
Haja paciência e força de vontade para continuar insistindo nisso quando um dos lados se recusa a debater o assunto de forma sóbria e resolver as coisas, prefere colocar para rodar sempre o mesmo disco arranhado que toca aquelas velhas faixas magoadas...
Mas o pior é que, depois de tanto esforço para tentar manter a amizade, o amor, qualquer que seja o relacionamento, ainda há quem tenha a cara-de-pau de lhe lançar aquela acusação de "você não se importa comigo...". Aí forçou, né?
Desce outra dose de Paciência, garçom, que hoje a madrugada vai ser longa...

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mais uma noite

Mais uma noite, eu não consigo dormir; em vão tentar respeitar o tempo que você pediu. Eu tentei mudar. Me diz como eu faço pra ver se eu dou mais espaço pra ter respostas que antes eu não quis perguntar; não tente entender. Mas não me prenda, por favor, tudo que eu fiz foi por amor. Se a chuva cair e levar os pensamentos ruins que eu não quero pensar, se a chuva cair e levar os pensamentos ruins que eu não vou mais...


(2ois <3)

Curta

Curto é este texto sobre você. Curto é o tempo que tenho pra lhe ver.
Curta é a vida pra perder tempo te olhando de longe. Curta a vida, é o que você me diz.

Sua paz

Invadiu meu dia e meu tempo. Tornou-se, dentro do espaço, o que de mais belo havia ao meu redor. Durou só enquanto a vida, preencheu somente os espaços vazios e os cheios. Fez de si o meu tudo.
O tudo mais belo de todos, que poderia caber na mais harmoniosa das melodias que o destino toca enquanto minha vida passa. 
Apenas existiu e, com sua paz, trouxe também a minha.

Tão boa...

... Essa sensação de querer bem. De ficar feliz com um sorriso, uma palavra, com a cor dos olhos dele/dela. De começar a conhecer. 
Bom seria se não mais passasse. 
Ah, como eu queria que durasse pra sempre essa vontade de estar perto, de fazer feliz, esse desejo de arriscar, amar, fazer o que for preciso - qualquer coisa! - pra ver sorrir...
Mas eu sei que não é pra sempre, então façamos durar só enquanto a vontade quiser. Enquanto convir. Enquanto alegrar. Enquanto sorrir. Enquanto gostar. 

Enquanto fizer viver.          :)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

João?

Era um garoto comportado - ou pelo menos aparentava ser. Estudava todo dia para a faculdade de Engenharia. Não era feio, nem de longe. Nem se achava. Não sei dizer se tinha namorada. Só via sexo pela TV... Quando criança; hoje, dono do próprio nariz, sei lá eu se ele conhecia o verdadeiro prazer.
Talvez estivesse nessa de não se achar um galã quando conheceu, por motivos que só a aleatoriedade explica, Maria. Penso que percebeu de cara que ela era encrenca, mas não voltou atrás.
Deixou que a Garota-Problema entrasse na vida do pobre garoto. Quem amava - ou não - quem nessa história, pouco importava...
A questão era decidir se o Furacão Maria ter entrado em sua vida era crédito ou débito.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

"One is glad to be of service"

Se o que precisam é de alguém com iniciativa, coragem e, principalmente, vontade de ajudar e fazer a diferença, por favor, meu Deus, que eu consiga fazê-los perceber que posso ser muito útil e me tornar o grande "achado" deles. 
Viver sem dar seu melhor para ajudar quem precisa, sem se dedicar não apenas a si, mas aos outros também, simplesmente me parece uma existência vazia demais.

She's like a rock...


... And I keep chipping off a piece to hold on to (8)'

Ela achou que ninguém soubesse. Que poderia manter sua fraqueza em segredo por toda a vida. Acreditou, no fundo de seu coração, que se fazendo de forte e gritando ainda mais alto cada vez que a machucassem conseguiria disfarçar sua sensibilidade. 
O que ela não esperava era encontrar alguém que a conhecesse melhor do qualquer outra pessoa e que deixasse isso bem claro de um dia para o outro, como um repentino balde de água fria. 
Entretanto, lá estava ela agora, com os olhos cheios de lágrimas, numa mistura de comoção e surpresa. Não apenas descobrira quem conseguia lê-la, mas percebera, também, que esse alguém se sentira e agira da mesma forma por mais anos do que cabiam naquelas mãos macias.

sábado, 20 de abril de 2013

Boneca enjoada

Tudo estava bem. Desde o dia em que primeiro haviam se tocado, menina e boneca não mais se desgrudavam. Em toda a vizinhança, jamais se vira amizade igual àquela e isso se devia ao fato de a vontade de estar perto partir de ambos os lados.
Entretanto, como nada dura para sempre, chegou o dia em que a boneca se recusou a brincar. Sem motivo aparente, correu para o quintal, pedindo espaço. 
Preocupada, a menina tentou ir ao encontro dela para saber o que se passava,  mas aquela que por tempos fora sua maior companheira agora a olhava com desprezo e pedia que se mantivesse longe, sob a pena de fugir pelo portão e nunca mais tornar a entrar em casa. Com medo de perdê-la, a menina voltou para dentro e esperou. 
Dia após dia, via-a sentada no quintal. Observava-a, com lágrimas nos olhos, através da janela da sala e pedia mudamente que ela voltasse. Chegou até mesmo a escrever no vidro alguns recados, esperando que isso a comovesse e a fizesse voltar, mas nada funcionou. 
Depois de um tempo, nem mesmo a boneca sabia mais porquê correra para longe. Mesmo assim, lá permanecia. A menina, que já perdera a conta de quantas vezes tentara fazê-la voltar, cansou-se daquela cena toda e, tomando para si a posse de um pouco de coragem e da chave da porta, trancou-a, deixando do lado de fora apenas um bilhete singelo que informava:

"Se resolver voltar, terá que pedir permissão para entrar."

Pra você dar o nome

Deixa pra lá, 
que de nada adianta esse papo de "agora não dá", 
que eu te quero é agora e não posso - nem vou - te esperar, 
que esse lance de um tempo nunca funcionou pra nós dois...
Sempre que der, mande um sinal de vida de onde estiver dessa vez. Qualquer coisa que faça eu pensar que você está bem - ou deitada nos braços de um outro qualquer... -, que é melhor do que sofrer de saudade de mim como eu tô de você, pode crer que essa dor eu não quero pra ninguém no mundo; imagina só pra você!
Quero é te ver dando volta no mundo, indo atrás de você-sabe-o-quê,
e rezando pr'um dia você se encontrar e perceber que o que falta em você...



... Sou eu.
(5 a seco <3)

Fail

Os planos de escrever alguma coisa ontem pareceram ter descido pelo ralo, é.
Entretanto, analisando bem a minha sexta-feira, percebi que a coisa que eu mais fiz foi escrever: Escrever as questões da prova de Álgebra Linear e Cálculo Vetorial, copiar a matéria de Cálculo Diferencial e Integral, reescrever o regulamento do GP de Rolimã... Sendo assim, missão cumprida!



Brincadeira, rs.



O que eu pretendia era deixar por aqui ao menos um texto por dia, enquanto possível, porque descobri que isso faz alguma diferença na vida de uma pessoa importante; só que a faculdade em período integral + o Grupo PET + a Pastoral Universitária têm me tomado um certo tempinho, rs... Mas prometo que vou continuar tentando manter esse ritmo ;).

Como nos velhos tempos:

1beijo&1sheiro.  rs

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ausência de post

Desculpinha pela ausência de postagem ontem, tive um dia loucamente cheio devido à prova de Álgebra Linear e Cálculo Vetorial que tenho daqui a pouco, rs. Se tudo correr bem, um texto novinho em folha aparecerá nesta página até o fim do dia de hoje :).
Grata pela sua leitura.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Vestindo lembranças

Abriu as portas do guardarroupa com uma expressão carrancuda. "É bom que você tenha algo novo para me oferecer hoje", ameaçou-o mentalmente. Dando uma rápida olhada por cima, pôde perceber que aquele dia não seria muito diferente dos anteriores, mas resolveu arriscar-se mesmo assim: começou a pegar suas peças de roupa, uma a uma, e jogá-las no que viria a se tornar uma pilha no chão do outro lado do quarto. 
A cada modelito que arremessava, repassava mentalmente os motivos: "usava no dia em que nos conhecemos", "usava quando demos nosso primeiro beijo", "estreei naquela festa na casa dele, tão boa...", "ele disse que fico bem com essa cor, combina com meu cabelo", "usava no nosso primeiro aniversário de namoro", (...) "usava no dia em que paramos de nos falar"...
Por fim, jogou novamente a pilha de roupas no guardarroupa, sentindo-se preenchida por uma frustração que já era esperada. Bateu ambas as portas como quem se cansa de um jogo e empurra as peças para longe, enfezado. Com pisadas duras, caminhou até a própria cama, onde deixou cair o próprio corpo e, cruzando os braços na altura do peito com uma expressão emburrada,   pensou consigo: "Pelo visto, vai ser outro dia de pijamas em casa."

terça-feira, 16 de abril de 2013

Joker

Depois de tudo o que vivestes ao longos dos anos, ainda não aprendestes que não podes fugir do próprio coração, menina? Se tentas, o danado acaba por pregar-lhe uma peça.
Como hoje, quando, tentando escapar do destino, acabou por esbarrar no mesmo e as coisas terminaram por acontecer exatamente da forma como desejastes que não ocorressem.
Estavas no lugar errado, na hora errada... Mas sabes de quem é a culpa, não?
Se sim, trata logo de pôr fim à tua mania de tentar evitar o inevitável. 
Se não, abra os olhos para ver o outdoor de luzes piscantes que cintilam bem à tua frente indicando a verdade óbvia que te recusas a enxergar.
Melhor te render logo ao teu coração, não podes enganar ou tentar pregar peças naquele que é o rei de todas as travessuras.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Buraco

Onde antes havia o teu sorriso, há agora apenas a memória triste daquelas noites que passamos juntos. Onde antes havia cumplicidade, há agora a desconfiança que vem de você. Onde antes haviam dois corpos entrelaçados, há agora a distância e um grande espaço não percorrido. Onde antes havia o meu coração, há apenas um buraco, vazio e triste - tão vazio e triste quanto têm sido os meus dias desde que você se foi.

domingo, 14 de abril de 2013

Um sinal?

Jantar terminado, hora de estrear aquela escova de dente que comprei quase sem ver no supermercado, na pressa do fim de semana. E lá ia eu com a minha mania de ler a embalagem de tudo quanto é produto, quando me deparo com a seguinte mensagem na parte de trás do pacotinho da tal escova:

Sorrir é um estado de espírito que invade nosso corpo. Melhor se for todos os dias.

Depois desse tapa na cara, senti-me na obrigação de compartilhar essa reflexão e fazer com que ela se faça presente na minha vida.
Começando por agora.
Sorrindo :).

A mensagem

Depois da briga, sequer haviam trocado palavra. O motivo do desentendimento assim exigia. Ela o amava, ele duvidava. As coisas nunca dariam certo se seguissem dessa forma.
De todas as maneiras, dia após dia desde que haviam se conhecido - numa festa qualquer, dessas que vamos para acompanhar um amigo ou para não ficarmos fitando as paredes vazias em casa ou simplesmente porque o destino assim o quis e preparou - ela tentava demonstrar seu sentimento, fosse através de uma mensagem, um beijo, um abraço, uma brincadeira boba na frente dos amigos dele...
Acreditara que depois de todo esse tempo ele já soubesse a importância que tinha para aquele coraçãozinho de menina, mas não sabia. Pensara consigo mesma que ele já soubesse o quão sincera ela sempre fora e que nunca precisaria desconfiar de uma só palavra que partisse daquela boca rosada de batom, mas não sabia. 
Agora ali se encontrava, fitando as roupas jogadas em cima da cama, sem pretensão de vestir um pijama que fosse. Movia-se lentamente, como se cada gesto lhe custasse demasiado, e pensava. Imaginava. Onde estaria ele naquele momento? Na segurança de seu lar, ela esperava. Mas não saberia. Pela primeira vez, não saberia.
A questão era que, desde que se conheceram, haviam adquirido o hábito de informar ao outro quando chegavam em casa depois de sua viagens noturnas, para evitar que se preocupasse. Era sempre assim. Mas naquela noite, pela primeira vez, ela não esperava por isso.
Esperaria, se ele soubesse o quão transtornada ela estava com a possibilidade de que algo acontecesse - um acidente na estrada, quem sabe? Aquelas ruas escuras, aquela cidade violenta, o cansaço com que ele dirigia por tantas horas... -, mas não sabia.
Então jogou-se na cama. O peso de suas preocupações deveria estar atuando sobre ela mais do que imaginava, porque a cama pareceu afundar. Talvez quisesse que tudo afundasse mesmo num abismo sem fim, por que não? Talvez assim a dor se fosse... Se ao menos ele soubesse...
Entretanto, ao ver que do chão não passaria, tratou de se preparar para dormir. Pegou o celular para programar o alarme que a acordaria para mais um dia cinza e paralisou ao ver que recebera uma mensagem. Dele
"Cheguei em casa já, acho justo avisar..."
Era curta e fria, mas significava mais para ela do que qualquer um poderia imaginar. 
Ele sabia.


sábado, 13 de abril de 2013

Casa de vidro

Cansada, chutou as sapatilhas que calçava o mais longe que pôde e jogou-se no sofá com os pés para cima, tentando encontrar a posição mais confortável. Coçou as costas, desgrenhou os cabelos com os dedos e fez uma careta ao lembrar-se que havia na cozinha uma pilha de louça esperando para ser lavada. Grunhindo e reclamando de si para si, levantou-se e foi encher-se de sabão.
Enquanto ariava uma das panelas para que "brilhasse como nova!", como sua mãe sempre exigia, pôde ver nela o reflexo de sua imagem descabelada e suada. A exaustão causada por sua rotina era visível e sentiu um certo alívio por estar dentro de sua própria casa, sozinha, escondidinha entre seus defeitos. Detestaria se expôr e ser vista num dia como aquele.
E foi enquanto pensava nisso e dava mais brilho à panela que pôde ver outro reflexo. Dessa vez, não se tratava do de si mesma, mas da imagem de outra pessoa.
Um garoto a observava. Acompanhava, através da parede, cada movimento de sua intimidade - seus piores e mais constrangedores momentos! Temporariamente paralisada, ela apenas fitou o reflexo por mais alguns instantes, tentando absorver o que se passava. Por fim, lembrou-se da explicação mais simples que havia para aquela situação toda.
Havia se esquecido: morava numa casa de vidro.

Pinocchios de nossas vidas

"Martelo, espada e flecha aguda é o homem que profere falso testemunho contra o seu próximo." - Provérbios 25, 18.

Posso ver em teus olhos a dor, a angústia daquelas acusações. Não fostes tu que jogastes pela janela teus medos e inseguranças para entregar teu coração e confiar nele? Como conseguirás agora conviver com a desconfiança dele para contigo, sua preferência por acreditar naqueles que te caluniam?

Certamente não sabes... Certamente apenas esperas que Deus te dê a força necessária para suportar e seguir em frente. E os amigos. Ah!, os amigos! Estes, que estando ao teu lado não te permitiram desistir ou lamentar-se ao longos dos dias e que, ao invés disso, ainda te deram suporte e conselhos, os quais a longo prazo podem trazer-te a solução para esse caso. 
Confia, menina, em Deus e nos teus amigos. De forma alguma estou a dizer-te que tua família de nada te serve. Longe de mim! Apenas sabes que, estando eles completamente de fora da situação, torna-se ainda mais difícil conseguir deles as respostas para tuas questões.
Acima de tudo, não desista. Mostra teu interesse na resolução dessa questão e aquele para quem te caluniaram perceberá que fostes sincera o tempo todo. Siga teu coração e não tenhas medo de deixar claro tudo o que sentes. 
Por fim, lembra-te sempre: como tantas outras fases difíceis que atravessaram tua história e que superastes, essa também vai passar.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Menina risonha

Que sorriso é esse, menina? Parece que engolistes o Sol e ele agora resplandece em toda a essência do teu ser! Ris um riso tão gostoso que me faz querer parar e ouvi-lo, sem pressa de acabar. Tua gargalhada, que mesclas com risadinhas tímidas, assim, como quem tem vergonha de mostrar que está feliz, deixam-me perdidamente encantado. De onde vem tanta alegria? Será por causa do garoto com quem trocastes mensagens? Pela canção nostálgica que escutastes? Conta, menina!, eu quero saber...
Acho tão lindo ver que estás sempre de bem com a vida, trazendo o que há de melhor no quesito sentimentos para as pessoas ao teu redor... Certamente não tens problemas! De certo, acordas com passarinhos na janela que vêm ao teu encontro para arrumar-te, enfeitar teus cabelos com flores e te fazer ainda mais bela, perfeita, como sempre estás - cada dia mais!
Não seria a tua vida um verdadeiro conto de fadas? Uma realidade de fantasias onde teu Príncipe amado chega para pegá-la nos braços e levá-la para ficarem juntos por toda a eternidade, realizando seu sonho do Grande Amor? Não tenho dúvidas de que a cada minuto sua saúde perfeita te faz querer dançar pelos campos verdejantes, os quais certamente frequenta, e de que tuas riquezas monetárias tiram de teus ombros as preocupações financeiras que assolam tantos humanos miseráveis.
Por esses e muitos outros motivos, exibes todos os dias esse sorriso que me lembra a explosão de uma supernova. Fazes de mim a pessoa mais feliz que consegues e, não contente com isso, lembra-me a cada dia do quão importante sou para ti, cuidando para que eu nunca me sinta só. 
Agindo assim, menina, consegues evitar que eu saiba que sofres, que choras, que vives um amor não-correspondido e que, todas as noites antes de dormir, pedes a Deus para que teu Príncipe perceba o valor que tem para ti. Sorrindo assim, menina, consegues esconder as lágrimas que me trariam preocupação e ainda colocas no meu rosto um sorriso verdadeiro, que vem para acompanhar o seu - nem sempre tão real. Parecendo assim, menina, consegues evitar o sofrimento que nunca quis para aqueles que te cercam e te amam, deixando os bem enquanto finges viver e ser feliz, morrendo por dentro - mas mantendo o exterior impecável! - vagarosamente.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Trust me.

Não creio que qualquer texto que eu crie para transmitir o que estou sentindo vá conter mais do que uma ou duas linhas diferentes da mensagem contida nessa música, então por questões de praticidade - e porque não é segredo para ninguém que música é a melhor forma que já encontrei para me expressar -, vou apenas transcrevê-la com ênfase no que eu acho que merece:

When I'm nervous, I have this thing, Yeah, I talk too much. Sometimes I just can't shut the hell up! It's like I need to tell someone, anyone who'll listen, and that's when I seem to fuck up. Yeah, I forget about the consequences, for a minute there I loose my senses and in the heat of the moment my mouth's starts going, the words start flowing... But I never meant to hurt you, I know it's time that I learn to treat the people I love like I wanna be loved. This is a lesson to learn. And I hate that I let you down and I feel so bad about it, I guess karma comes back around, cuz now I'm the one that's hurting, yeah. And I hate that I made you think that the trust we had is broken, so don't tell me you can't forgive me, cuz nobody's perfect. If I could turn back the hands of time, I swear I never would have crossed that line, I should have kept it between us... But no! I went and told the whole world how I'm feeling! So I sit and I realize with these tears falling from my eyes: I gotta change if I wanna keep you forever. I promise that I'm gonna try! I'm not a saint, no, not at all, but what I did, it wasn't cool... But I swear that I'll never do that again to to you!

E realmente desejo que me perdoe e possamos ficar bem. 
Sinto falta da minha paz.


,




!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Fé & Esperança VS Decepção & Lágrimas

Esperar. Torcer. Acreditar. 
Não é fácil encontrar-se diante de umas daquelas situações complicadas que exigem de nós cada mínima gota de fé. São momentos de desespero que parecem não ter fim e que, ironicamente, quando terminam, podem nos fazer desejar que nunca tivessem acabado. Refiro-me aos casos em que a ansiedade se vai ao recebermos a resposta que aguardávamos, mas que não era a que queríamos ouvir. 
É claro que por vezes tudo "dá certo no final", a angústia chega ao fim e percebemos que ela sequer precisava ter existido. Mas como fazer quando não é isso que acontece? Como superar uma grande decepção?
Normalmente, a minha resposta para esse tipo de questão é: não crie grandes expectativas. Já que "quanto maior a altura, maior é a queda", o melhor a se fazer possivelmente seria esperar o mínimo possível das situações. Entretanto, tudo isso é apenas teoria! Na prática, nem sempre é humanamente possível dar pouca importância para aquilo que mais queremos...
Diante de tal verdade, o que nos resta?
Esperar. Torcer. Acreditar.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Postagem para se reler:

A reflexibilidade do verbo RIR.

No meu atual estado de espírito, foi uma postagem bem válida para se reler... Mas, parando pra pensar, acho que esse texto merece ao menos um pouquinho de atenção de tempos em tempos.

Fica como dica de hoje :) 

ENJOY ;D (Parte II)

Encontrou um cara. Já haviam se visto algumas poucas vezes, mas dizer que trocaram mais do que meia dúzia de palavras seria exagero. Ela bebia, ele queria. Começaram a dividir. Minutos depois, uma parceria estava formada e os dois se dirigiam ao caixa para 'rachar' a próxima bebida. Curtiram essa vibe  de 'o que é meu, é seu' e 'ninguém se mete nos rolos do outro' até a hora de deixar uns amigos em casa. O fim da festa parecia ter chego...
Mas quando o diabinho da tristeza, o da raiva e o da decepção vão à casa da Tentação para festejar, fica difícil encostar a cabeça no travesseiro e relaxar. E foi por esse motivo que, minutos depois de garantir que os amigos chegassem seguros a seus quartos, os dois parceiros de copo se dirigiram novamente à festa, para deixar nesta os últimos resquícios de consciência e orgulho próprio que ainda pudessem guardar em si. Só não fazia parte do plano lá chegar e deparar-se com aquele garoto - sim, o mesmo do início da madrugada - indo embora.
Tentar o que podia ser a despedida de ambos ou deixar a oportunidade passar, na esperança de que os estragos no coração fossem menores?

That's what you get...

(8)'... When you let your heart win! (8)'

A sua mente? Vou confundir. Seu coração? Vou machucar. Cada minuto da sua vida eu vou tomar. Transtornar seus sentidos até que você enlouqueça - ou fique a um passo disso, se for realmente uma pessoa forte. Dormir será sua saída para não pensar em mim, então é mais do que óbvio que eu não permitirei que faça isso e, por mais que seja de conhecimento geral que você não me escolheu para a sua vida, nela ficarei até que tenha sangue-frio, força e coragem para me matar.
Muito prazer, chamo-me Paixão Platônica.