♫ A felicidade do pobre parece a grande ilusão do carnaval ♪
Sei que faz tempo que não falo sobre um tema diferente ou sobre algo que faça as pessoas sorrirem, se emocionarem. Mas a verdade é que eu realmente não estava nada bem, ficando difícil até de comentar sobre uma felicidade que eu há tempos não tinha. Entristeci-me de tal forma que já não me sentia capaz de dar um sorriso sincero (aquele mesmo, que parece vir do fundo da alma), mostrando sempre um rosto sério ou triste, fazendo um grande esforço para parecer bem nos instantes em que fazia-se necessário.
"Mas se a tristeza tomou conta de teu ser, por que criar um texto falando sobre um sentimento que já não tens?", alguém pode perguntar... E a resposta eu já tenho pronta: Porque a Felicidade é uma amiga que eu deixara de ter, mas que, recentemente, pareceu estar arrependida da fuga e resolveu voltar para mim. E devo dizer que me sinto muito bem por tê-la ao meu lado de novo *-*... Especialmente pela forma como ela voltou.
Digamos que ela e eu tivemos uma briga feia depois daquele incidente do banheiro, no qual chorei por quase duar horas enquanto a Lari me ouvia pacientemente - ou, pelo menos, parecia estar sendo. Devo ter dito a essa velha amiga coisas que ela não merecia ouvir, mas tudo que falei foi sob a influência da raiva - minha companheira daquele momento. Disse à Felicidade que não sentiria falta de nossos dias juntas, pois havia encontrado outra parceira. Então, quando ela partiu, passei a caminhar junto à Tristeza, que não ousou me deixar sozinha nenhum dia sequer.
Após nossa briga, cheguei a sentir falta dos sorrisos que a velha amiga me proporcionava, mas logo sentia um grande aperto no peito e as lágrimas rolavam pelo meu rosto - eram um presente da Tristeza, fazendo-me lembrar que ela estava ali para o que eu precisasse. Era como tomar um grande porre, mas ficando completamente insana e fora de mim sem precisar da influência do álcool. Simplesmente não era mais dona do meu corpo, da minha mente.
Não importava para onde eu olhasse, tudo o que via era o rastro da velha 'Fe' que passava de pessoa em pessoa dando-lhes os presentes que outrora pareciam ser só meus. O pior de tudo era perceber que nenhuma delas estava disposta a compartilhá-los comigo, nem por um segundo sequer. Se ao menos a Felicidade se aproximasse de alguém bom e generoso o bastante para trazê-la para perto de mim novamente e ajudarnos a fazer as pazes...
Talvez o destino tenha se cansado de curtir com a minha cara e resolvido me ajudar ou, talvez, eu simplesmente tenha dado a sorte de estar no lugar certo na hora certa. A verdade é que, certo dia desses, deparei-me com um garoto totalmente desconhecido que estava acompanhado de alguém que me parecia bastante familiar. Senti que talvez a conhecesse, mas deveria estar bastante mudada. Bem mais bonita, cheia de vida, dava-me até vontade de sorrir - algo que eu há tempos não fazia. Não consegui me controlar e, minutos depois, lá estava eu com aquele sentimentozinho bom dentro de mim, fazendo minhas bochechas saltarem para mostrarem meus dentes e fazendo também meus olhos brilharem. Os dois olhavam para mim.
Não sei quanto tempo demorou para chegarem até mim, pois os dois pareciam caminhar em câmera lenta. Acho que não durou tanto tempo ou eu teria morrido, já que esqueci de respirar durante todo esse tempo. Eu ia, aos poucos, reconhecendo a garota que o acompanhava. Faltava apenas a aceitação por parte de meu cérebro, porque o coração já tinha plena certeza de quem era aquela. A pura confirmação veio quando, cara a cara comigo, o garoto efetuou as apresentações: - Gostaria que conhecesse minha grande amiga: Felicidade.
E novamente lá estava ela em minha vida, trazida por alguém especial que me trouxe de volta os dias de alegria e sorrisos. Ah, obrigada por estar de volta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário